Cabelos

 

INVASORES DA CABELEIRA

Atenção! Atenção! Acaba de ser anunciado um alerta contra seres com antenas curtas, olhos reduzidos ou ausentes e três pares de pernas. Eles se alimentam de sangue e podem estar mais perto do que você imagina, infiltrados nos seus cabelos!!

Piolhos!??? Sim,é deles que vamos falar. Seres pequenos que podem ser exterminados com a unha,mas que têm tudo para se transformar num problema gigante quando se multiplicam e provocam coça-coça na cabeça.

Os piolhos vivem na superfície do corpo de seu hospedeiro (nós!) e, diferentemente do que muita gente pensa,eles não voam,pois não têm asas. Esses insetos têm uma garra no último segmento das pernas que permite a locomoção  e a fixação nos fios do cabelo.

Os machos medem cerca de 2,4 milímetros e as fêmeas, cerca de 2,7 milímetros.Eles se alimentam de sangue que no caso das fêmeas é indispensável para a nutrição dos ovos. Estes, aliás, são chamados de lêndeas e representam a primeira fase da vida de um piolho,que é seguida pela fase ninfa (quando saem do ovo) e pela  fase adulta (quando estão prontos para a reprodução),num ciclo que dura quatro semanas.

Cada fêmea pode pôr seis ovos por dia. Isso quer dizer que uma cabeça que abrigue apenas um casal de piolhos em poucos dias terá dúzias desses moradores indesejados. E, se nada for feito, as dúzias vão se multiplicar e aí… O principal sintoma da pediculose (como é chamada a infestação por piolhos) é mesmo a coceira na cabeça. O ato de coçar pode ferir o couro cabeludo e provocar infecções por bactérias e fungos. O coça-coça também pode interferir no sono e conseqüentemente, afetar o rendimento escolar. Mas o pior é quando a pessoa tem muitos piolhos e uma alimentação deficiente em vitaminas: ela pode ficar anêmica, enfraquecida.

Embora seja mais comum nas crianças em idade escolar, os piolhos também infestam cabeças de adultos.A transmissão desses parasitas se dá, principalmente, pelo contato direto, isso ocorre mais nas escolas, em brincadeiras de maior contato físico e em meios de transporte lotados. A transmissão indireta é menos comum, mas pode acontecer ao usarmos pentes, escovas e bonés emprestados.

Pesquisas revelam que há pessoas com tendência maior a ter piolhos. Isso pode estar ligado a fatores culturais. Na Nigéria, por exemplo, as mulheres mantêm os cabelos enrolados em tranças, dificultando a higiene.

Fatores genéticos também contribuem. Neste caso, é a forma do fio de cabelo que indicaria maior ou menor propensão aos piolhos. Em um microscópio, é possível ver que os fios de cabelo dos negros, em geral, têm formato oval, enquanto nos não negros o fio costuma ser arredondado. Pelo que se descobriu até agora, parece que as garras dos piolhos possuem maior fixação nos fios de forma arredondada. Isso é um dado curioso, mas não quer dizer que pessoas de pele negra não peguem piolho. Será verdade que algumas pessoas têm sangue que atrai piolhos? É isso que os pesquisadores vêm tentando descobrir. Logo será possível confirmar ou desmentir essa crença em torno dos piolhos. É possível que para cada animal – gatos, cães, bois e aves; por exemplo – há um tipo de piolho. Assim, os piolhos humanos não infestam outros animais e vice-versa. Ainda bem, né?!

Não poupe esforços se a sua cabeça começar a coçar. Peça a alguém para catá-la e use um pente fino para retirar lêndeas, ninfas e adultos. Lavar o cabelo com freqüência também ajuda a combater os piolhos. Mas não basta lavar só com água, porque esses insetos não morrem afogados. Eles têm aberturas respiratórias que se fecham quando eles se molham e , passando o aguaceiro, voltam a respirar. O uso de medicamentos às vezes é necessário. Mas o médico é quem deve indicar o produto.

Agora, vamos esclarecer uma coisa: qualquer um pode ter piolho, cada qual tem de cuidar da sua cabeça, mas esse cuidado não adianta muito se outras pessoas não fizerem o mesmo. Então, que tal você passar adiante as informações deste texto para seus amigos?
Afinal, o piolho que hoje está na cabeça do seu colega amanhã pode estar na sua. “

Raquel Rosa
Diretora Pedagoga e Psicopedagoga